Meditação

Mapa ou Companhia?


Quer você se volte para a direita quer para a esquerda,

uma voz atrás de você lhe dirá:

“Este é o caminho; siga-o.” Isaías 30:21


O verso acima parece estar falando de pessoas com grande sentido de intuição,

e você deve conhecer algumas delas.

Parece que são dotadas de uma bússola interior. Diante de alternativas, caminhos, tendências,

não precisam de radar nem GPS e podem perceber qual é o melhor caminho a tomar.


Há circunstâncias na vida em que nos sentimos pressionados a tomar uma decisão.

Medimos os prós e contras

, aconselhamo-nos com nossos amigos, pedimos que orem para que Deus nos oriente,

mas a dica que nós queremos não aparece.


Não seria realmente fantástico se, diante de uma decisão, na encruzilhada, na dúvida,

pressionados para escolher o melhor caminho, escutássemos uma voz indicando o rumo certo?


Era mais ou menos isso que Paulo tinha em mente quando, em Romanos 8:14, disse:

“Todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.”

Não é empurrar, levar, mas mostrar, “guiar gentilmente”, como a mãe faz com os

filhos e os professores com os alunos. Ou como um guia turístico que

conhece a região e sabe o que vai ser mais interessante e enriquecedor para os turistas,

levando-os aonde tem certeza de que ficarão satisfeitos.


Quando quero tomar tudo em minhas mãos, pretendendo saber o caminho,

recusando dicas, alegando experiência e dispensando a companhia de alguém,

é então que preciso escutar esta voz: “Quando vier, porém, o Espírito da verdade,

Ele vos guiará” (Jo 16:13, ARA). Outra versão diz: “Ele vos tomará pela mão e vos guiará”

(The Message). Que bonita promessa!


Seria mais ou menos assim: você vai viajar de São Paulo para o Centro Universitário

Adventista (Unasp), campus Engenheiro Coelho. Posso traçar um mapa mencionando

as diversas saídas, onde pegar a Rodovia dos Bandeirantes ou a Anhanguera,

desenhando detalhadamente onde você deve entrar, etc. A chegada dependerá

inteiramente de você, de seu modo de interpretar e seguir o mapa.
A outra opção seria dizer: “Eu vou com você. Você pode não saber como chegar,

mas minha presença vai lhe dar mais segurança e confiança.”


Ele está à nossa disposição hoje. Não viajamos sozinhos. Jesus prometeu:

“Ele [o Espírito Santo] vos guiará.” É preciso apenas nos entregar em Suas

mãos para que tomemos o melhor caminho.

 

 

O Homem da Segunda Chance


Barnabé queria levar João, também chamado Marcos. Mas Paulo não achava

prudente levá-lo, pois ele, abandonando-os na Panfília, não permanecera

com eles no trabalho. Atos 15:37, 38


O episódio começa com uma resolução na mente de Paulo: “Vamos voltar e visitar as

igrejas onde pregamos, para ver como estão.” Teve início uma discussão que não se

tratava de um estudo de doutrinas, nem de um debate de opiniões.

O motivo da contenda era Marcos, sobrinho de Barnabé, que numa viagem

anterior abandonara Paulo no meio do itinerário.


Paulo argumentou: “Nossa missão é muito importante. Há questões vitais em jogo.

” Como aparecem palavras bonitas para justificar o que se quer fazer.

“Não há lugar para jovens que só querem turismo. Marcos é um desertor.

Está desqualificado.” As palavras foram se tornando mais cortantes e ferinas,

e Paulo concluiu: “Marcos não irá comigo!”


Ambos estavam convictos de que estavam discutindo pelo que era certo. O conflito foi inevitável.


Quem era Barnabé? Seu nome significa “encorajador” (At 4:36). Era um homem voltado para

as pessoas, interessava-se por elas. Confiava nelas e percebia seu potencial.

Tinha uma habilidade incomum de incentivar, de fazer os outros crescerem.

Sabia dizer-lhes quando estavam indo bem e quando precisavam de um esforço maior.

Não apenas era um bom líder, com nível elevado de inteligência emocional, mas um bom

amigo. Era do time daqueles que creem ser sábio dar uma segunda chance a todos.

Foi ele quem promoveu a aceitação de Saulo de Tarso na comunidade cristã.


Paulo, por sua vez, era pragmático, orientado ao trabalho. Era aquele que queria ver

a tarefa cumprida. Estabelecia metas, lutava pela eficiência; não se preocupava com

aquilo que fosse arriscado. Para ele, o fator humano vinha em segundo lugar e as

pessoas gostarem ou não, era secundário. “Se é para atrapalhar, não joga no meu time.

Quero resultados, não intenções.”


As pessoas devem estar no topo de nossas prioridades. Devemos servir-lhes de trampolim.


Quantos Marcos teremos em nossas mãos. Pessoas instáveis, imaturas, a quem lhes

falta um empurrão para entrar no ritmo de uma vida útil.


Dizer “sim” para a graça de Deus significa conceder a outros uma segunda oportunidade.

Deus mesmo é o campeão da segunda, terceira e da décima chance. Ele deu nova oportunidade

para Davi, Pedro, Maria Madalena, e até para Paulo.

 


 

 

 

 

Confissão


Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos

outros para serem curados. Tiago 5:16


Aqui está um dos exercícios mais difíceis e constrangedores da vida cristã:

confessar seu erro

a quem você ofendeu ou prejudicou. Requer boa dose de humildade,

expor-se, confessar seu

erro abertamente diante de outra pessoa, seja ela seu chefe, colega de

trabalho, seu amigo ou sua mãe.


Uma das coisas mais difíceis para o ser humano é reconhecer que errou.

Palavras ferinas e

ofensivas ditas no calor da discussão; mentiras intencionais; a

ultrapassagem que resultou

num pequeno e incômodo acidente; o passe errado que terminou

em gol para o adversário;

e poderíamos multiplicar exemplos.


Então, tentamos escapar dizendo: “Ela também tem culpa.” “Eu quis fazer o melhor.”

“Eu tentei, mas já era tarde.” “Não era essa minha intenção.” Procuramos minimizar,

encolher nossa falha. Não estrague sua confissão dizendo: “Senhor, se pequei...

Mas foi ela que me provocou...” Falando assim, a confissão perde o valor e a esperança

de restauração praticamente desaparece. A confissão esmaga nosso ego. É o reconhecimento

de nossa pequenez, da nossa fragilidade, de que somos realmente humanos.

Diga: “Olha só, Senhor,

estraguei tudo! A culpa foi minha. Quero começar de novo.”


Para ilustrar, imagine o seguinte: suponha que seu pai um dia o tenha flagrado fazendo algo

errado, como jogar uma pedra no carro. Dizer: “Sinto muito, papai”, na verdade não é confissão.

Se você disser: “Por favor, papai, me perdoe”, também não há confissão. Você só terá

confessado de fato quando disser: “Eu joguei a pedra no carro. Eu errei.”


Pedir perdão é uma coisa, confessar é outra. Para as duas coisas precisamos de humildade,

mas para confessar precisamos subjugar nosso eu, nosso orgulho, nossa autossuficiência,

nossa imagem de super-homem ou supermulher. A confissão tem que ser específica.


Se você, no fim do dia, perceber que mentiu, não diga: “Senhor, perdoa meus pecados.

”Seja específico: “Senhor, não falei a verdade sobre o professor Fernando.”

“Deixei de ajudar o Paulo.” O pródigo tomou a atitude correta: “Eu me porei a caminho

e voltarei para meu pai, e lhe direi...” (Lc 15:18).


Experimentemos hoje esse processo purificador da graça de Deus por meio da confissão.

 

 

 

 

 A Difícil Arte de Escutar


Portanto, considerem atentamente como vocês estão ouvindo. Lucas 8:18


Nada é mais agradável do que ter alguém que nos ouça com atenção nos momentos

de aperto e indecisão e nos ajude a tomar o melhor caminho. Estou certo de

que até mesmo por telefone já procuramos o conselho de alguém confiável e amigo.


Mesmo com a capacidade de distinguir entre 300 mil tons diferentes, e com

a membrana do tímpano tendo flexibilidade para registrar desde a queda de

um alfinete até o ronco de um jato, quanto ainda temos que aprender para

dominar a difícil arte de ouvir outro ser humano!


Muitos dizem: “Ah, quem dera que alguém se importasse em me ouvir e

acreditar em mim!” (Jó 31:35, A Bíblia Viva). São pessoas que precisam de

um ombro amigo, de um ouvido acolhedor e procuram alguém confiável que as ouça e oriente.


Mesmo com a agenda de seu ministério sempre cheia, Jesus tirou tempo

para ouvir Nicodemos, a samaritana, Zaqueu, os discípulos no caminho

de Emaús e Pedro, depois da ressurreição. Ele mesmo repetiu

algumas vezes a frase “quem tem ouvidos para ouvir, ouça”.


Não é necessária nenhuma profundidade acadêmica para mencionar

como podemos tornar mais eficaz a maneira de ouvir e ajudar outros.

Já conhecemos o assunto, mas vários motivos nos levam a ignorá-lo

nos momentos em que precisamos parar para ouvir, especialmente

quando nossa agenda está cheia.


Robert Montgomery, executivo e orientador de equipes de trabalho,

relembra alguns sinais de um bom ouvinte: “Olha para mim enquanto

estou falando, faz perguntas para esclarecer o que estou dizendo, não

me apressa, não me interrompe, mantém-me no assunto até

que eu tenha concluído meus pensamentos”, etc.


Como seguidores de Cristo, somos uma extensão de Seu ministério.

Precisamos ouvir e dar tempo às pessoas para ver o que as está

machucando e ferindo no seu dia a dia. E precisamos ouvir não

apenas as palavras, mas também o que elas estão querendo dizer quando ficam em silêncio.


Mesmo que transtorne nossa agenda, nunca vamos avaliar corretamente

o benefício que significará na vida de uma pessoa ter alguém para ouvi-la.


Se alguém hoje cruzar seu caminho querendo um conselho ou uma

orientação, não se desobrigue da oportunidade de ouvir essa pessoa.

Peça que seus ouvidos sejam tocados pela graça de Deus a fim de compreender e ajudar.

 

 

Pressão de grupo
Não acompanhe a maioria para fazer o mal. Êxodo 23:2


Charles Swindoll relata um estudo com adolescentes sobre a

pressão de grupo. O método era simples: colocar grupos de dez

adolescentes numa sala para um teste. Cada grupo foi instruído a

levantar a mão quando o professor mostrasse a linha mais comprida

em três diferentes cartazes. O que um deles no grupo de dez não sabia

era que os outros nove tinham sido anteriormente instruídos a votar

“sim” para a segunda linha mais comprida. Isso deveria fazer com

que o décimo estudante fosse o único a votar corretamente pela

linha mais comprida. Você imagina o que aconteceu? Vez após vez,

esse décimo estudante dava uma olhadinha para ver como os outros

nove estavam votando, franzia a testa e mudava de atitude, acompanhando

o grupo. As instruções eram repetidas e o próximo cartaz era mostrado.

O décimo candidato afirmava que a linha mais curta era a mais comprida

porque lhe faltava coragem de desafiar o grupo. Essa atitude de

conformidade ocorreu em 75% dos casos.


Antes de condenar esses adolescentes, seria bom refletir sobre quantos

de nós nos conformamos com algumas coisas que sabemos não serem corretas.


Quem não conhece a pressão de grupo? Ela é comum e acontece com todos.

Ela vem da mídia, dos amigos e colegas de trabalho. É aquele mecanismo de

força emocional que os amigos usam para nos levar a fazer o que eles querem.


Ela pode ser tanto negativa quanto positiva. Positivamente, estudos

mostram que os amigos são o grupo mais importante para levar seus

pares a abandonar o cigarro, as drogas e a bebida. Também são eles

que motivam outros a aceitar Cristo e a valorizar a vida espiritual.


Seu lado negativo é que a pressão de grupo leva a desafiar a autoridade,

a incorrer em comportamentos de alto risco e a deixar de lado valores cristãos, etc.


Como você pode encarar a pressão do grupo? Deixe que as pessoas

saibam que, mesmo que você goste delas, não pode participar de determinadas atividades.


Os grupos, principalmente de jovens, quando pressionam, são

como tubarões: se percebem hesitação, partem para cima da presa.

Por isso, sabendo para onde você vai e com quem vai se encontrar,

decida com antecipação o que irá ou não fazer. Se sua atitude for:

“vou esperar a situação para ver como é, e então eu decido”, as chances

de ceder são maiores.


Com todo o cuidado que você tomar, ainda assim poderá enfrentar

situações que vão requerer muita oração silenciosa, pedindo a Deus

que lhe dê forças e sabedoria para fazer o que é certo.

 

 

 

A Verdade Sobre a Mentira


Cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao

seu próximo. Efésios 4:25


Começavam nas lojas dos Estados Unidos os lançamentos de

primavera. Quatro garotas alunas de um colégio chegaram atrasadas

porque decidiram que, antes das aulas, passariam pelo shopping

para ver as novidades. Por isso, perderam uma prova que tinha sido

dada nos primeiros períodos da manhã. As meninas foram falar com

a professora, pedindo que ela fosse gentil e lhes permitisse a realização da prova.


Argumento: “Professora, o pneu furou. Não havia socorro por perto

e não deu para chegar antes. Eu sei que a senhora entende. Podemos

fazer a prova? Por favor, prô, a senhora é boazinha! Sem problemas?”

A professora admitiu e disse: “Sentem-se cada uma num canto da sala.

A prova de vocês vai ter apenas uma pergunta: Qual pneu furou:

dianteiro ou traseiro, e de que lado?”


Quantas vezes nos colocamos em encrencas porque não tivemos

a coragem de ser honestos e de falar a verdade? Esse é um assunto

ao qual devemos dedicar vigilância e cuidado porque a mentira tem

sua esfera de atuação não apenas naquilo que falamos. Dessa forma,

qualquer coisa que eu disser ou fizer com a intenção de enganar,

é mentira. Sem perceber, podemos passar uma ideia ou dar uma

impressão que não seja a verdadeira.


Por que não podemos mentir uma ou outra vez para evitar uma situação

embaraçosa, se não vamos prejudicar ninguém, e não há perigo de que

a mentira seja descoberta? Quantos nomes usamos para justificar a

falsidade? Mentira branca, meia verdade, mentira social, etc.


Assim, há filhos que mentem para seus pais. Há esposos que mentem

para as esposas e vice-versa. Há outros que mentem para os vizinhos

e colegas de trabalho. E na vida pública existem aqueles que mentem

diante das câmeras de televisão, sem gaguejar nem enrubescer.


A mentira pode tomar sutilmente várias formas: fazer citações

deturpadas, tirando palavras e frases do contexto; fazer generalizações

exageradas de pessoas ou situações; etc. Ellen White complementa:

“A intenção de enganar é o que constitui falsidade. Por um relance de

olhos, por um movimento da mão, uma expressão do rosto, pode-se

dizer falsidade tão eficazmente como por palavras” (Patriarcas e Profetas, p. 309)


Seja nossa oração hoje: “Que tudo aquilo que eu falar e pensar seja

agradável a Ti, ó Senhor, minha rocha e redentor” (Sl 19:14, The New English Bible).


 

 

 

 A Palavra Preferida de Deus


O Espírito e a noiva dizem: “Vem!” E todo aquele que ouvir diga: “Vem!”

Quem tiver sede venha; e quem quiser, beba de graça da água da vida. Apocalipse 22:17


De acordo com filólogos e gramáticos, a língua portuguesa tem

aproximadamente 300 mil verbetes. Como Deus não está limitado

a regras de semântica ou gramática, em Seu infinito vocabulário,

qual seria a palavra favorita dEle?


Sempre que a pronunciamos, essa palavra demonstra o interesse

pelo bem-estar das pessoas, o desejo de ter sua companhia. Nós a

dirigimos a quem duvida do nosso amor e acolhimento. É a palavra

que Deus usa para aqueles que se recolhem em si mesmos com medo dEle.


Essa palavra se repete três vezes no texto de hoje. Está apropriadamente

inserida na conclusão do último livro; no último convite da Bíblia. É a palavra “vem”.


Parece que Deus, no fim de tudo, antes de fechar o último texto e tudo

o que os escritores da Bíblia tinham falado, disse a João: “Vamos abrir

parênteses. Deixe-Me fazer um novo convite. Vamos dar mais uma

chance para que decidam. Ainda há muitos indecisos. Deixe-Me insistir.

Por isso, o Espírito e a noiva dizem: ‘Vem!’ E todo aquele que ouve diga:

‘Vem!’ Quem tiver sede, venha.”


Essa era a palavra que estava constantemente nos lábios de Jesus:

“Venham a Mim todos os que estão cansados e sobrecarregados”

(Mt 11:28). “Venham, benditos de Meu Pai!” (Mt 25:34). Mas, apesar

dessa insistência, Ele diz: “Quem quiser.” Não “quem entende”,

“quem pode” ou “quem é digno”. Simplesmente quem quiser.


No dia do funeral de Janete, Ted Kidd, o esposo, contou como

haviam se conhecido. Ele tinha terminado antes que ela os

estudos na faculdade e trabalhava numa cidade a centenas de

quilômetros dali. Pareciam estar sempre em diferentes cidades,

mesmo assim, já namoravam havia sete anos. Em cada Dia dos

Namorados, Ted propunha o noivado, mas Janete dizia: “Não, ainda não.”


Finalmente, ambos foram morar em Dallas. Ted estava no limite

de sua paciência. Comprou um anel de noivado e convidou-a

para jantar. Estava preparado para insistir na proposta. Outro

“não” significaria que ele teria que decidir viver sem ela.

Depois da sobremesa seria a hora. Reuniu toda a sua coragem,

mas sabendo que Janete havia levado um presente para ele, decidiu esperar.


“O que você trouxe?”, perguntou ele. Janete colocou nas mãos

dele uma pequena caixa do tamanho de um livro. Ele abriu a

caixa e desdobrou cuidadosamente o papel de seda. Dentro

havia uma peça de bordado que Janete havia feito, com uma simples inscrição: “Sim.”


Essa é a palavra que Deus anseia ouvir de cada um de nós.